Para entendermos o pecado que Davi cometeu ao ordenar recensear o povo, é necessário entendermos como os povos semitas (incluindo Israel) viam esta atitude. O recenseamento era considerado ato de orgulho, uma ofensa direta ao soberano domínio do Senhor. Por isso, vemos que é o próprio Satã, adversário de Deus e adversário de Israel, que inspira Davi a fazer o recenseamento e cometer esta falta (conforme v. 1).
Mas, nesta situação de pecado, Davi mostra sua grandeza e porque foi homem escolhido por Deus para ser o modelo de rei para o povo de Israel. Primeiro, ao escolher o castigo divino como consequência do seu pecado, prefere aquele será executado pelo próprio Deus e pode ser revertido pelo Seu amor: “Prefiro cair nas mãos de Javé, pois a sua misericórdia é imensa, em vez de cair nas mãos de homens!” (v. 13).
Depois, ao invés de se revoltar com Deus pela peste que dizimava o povo, Davi assume o seu pecado e pede para si o castigo divino: “Então Davi disse a Deus: "Não fui eu quem mandou fazer o recenseamento? Não fui eu quem pecou e cometeu o mal? Quanto a esses, o rebanho, que foi que eles fizeram? Javé, meu Deus, que tua mão caia sobre mim e sobre a minha família, mas que o teu povo escape da desgraça!” (v. 17).
Também nós, como escolhidos de Deus, precisamos ter a mesma atitude de Davi: assumirmos nossos pecados e suas consequências, sem esquecer de apelar para a infinita misericórdia divina.