Leitura do dia: Êxodo, Capítulo 13

Publicado em 27/08/2012

  

Israel encontra na terra prometida, outros povos, com cultura e modos religiosos diversos, onde sacrificar primogênitos era comum, por isso a lei relativa à primogenitura é um amadurecimento do povo de Israel  e de respeito a vida.

Com relação aos pães ázimos, esta passagem (Ex 13,3-8) é uma repetição do capítulo anterior motivada pela pressa em sair do Egito, mas existe uma motivação pessoal, a de explicar aos filhos: “Isto é pelo que Senhor fez por mim ao sair do Egito”.

Novamente ocorre a repetição da lei da primogenitura, acrescentando o resgate da primeira cria do jumento, que era considerado animal impuro, por isso a troca por um cordeiro, ou sacrificá-lo quebrando lhe a nuca, para não derramar sangue, como diz outras traduções.

Nestes últimos versículos nos é recordado um fato muito importante para os israelitas, a libertação do povo do Egito. Várias tradições refletem que o êxodo, não pode ter acontecido em um único dia e por um só caminho, nem teria sido protagonizado por um só grupo, nem por uma única rota de saída. É preciso admitir que o êxodo foi, na realidade, um processo protagonizado por vários grupos com muitas expedições em diferentes rotas e que a libertação não foi conquistada somente pela etnia hebraica, pois somaram-se a ela outros grupos que habitavam o Egito.

Ao admitirmos essas propostas, elas não afetam em nada nossa tradicional forma de entender o êxodo, ao contrário: ajuda a entender nosso caminhar cristão também como caminhada de um grupo oprimido que na atualidade busca libertar-se do domínio dos faraós da nossa atualidade.